O modelo de Gestão de Tendências e Riscos (GTR) da SURA reconhece na natureza uma fonte de inter-relações com as atividades produtivas, o talento humano e os resultados financeiros das empresas. Ao administrar as tendências e riscos da natureza, as organizações podem entender melhor os fenômenos e variáveis associados, medir seus impactos, reduzir a incerteza, antecipar-se e criar valor.
* Este artigo foi publicado na Revista Geociências SURA | Edição 2 | Setembro de 2017.
A SURA, em seu modelo de Gestão de Tendências e Riscos, reconhece que a natureza, através da combinação de seus potenciais (fontes de recursos) e restrições (fenômenos naturais), oferece capacidades que potencializam e, ao mesmo tempo, delimitam o desenvolvimento e as atividades humanas.
A sociedade e os desenvolvimentos da tecnologia geraram modificações positivas e negativas no meio ambiente e isso se deve ao fato de que as capa- cidades do meio natural nem sempre foram entendidas e tratadas adequadamente. Por isso, o conhecimento dos recursos e fenômenos da natureza é essencial no direcionamento estratégico dos negócios, mediante a consideração do meio natural que abarque a Terra com todas as suas interações e variáveis em nível dos continentes, dos oceanos, da atmosfera e do espaço exterior.
As interações entre as forças do meio ambiente, a sociedade e a tecnologia geraram transformações de caráter global e progressivo, mas com impactos muito marcados que se refletem nas megatendências de urbanização, variabilidade e mudança climática, escassez de recursos naturais, mudanças demográficas, hiperconectividade, globalização, poder e governo global.
Essas megatendências refletem as respostas da natureza a formas de exploração e uso indiscriminado dos recursos, emissões de gases de efeito estufa e degradação ambiental que, ao mesmo tempo, geram necessidades de desenvolvimento sustentável das cidades, considerando a distribuição da população, as capacidades do solo, a quantificação e gestão das variáveis e fenômenos da natureza.
A SURA desenvolveu mapas de tendências que nos permitem compreender o entorno, as forças e os grandes movimentos mundiais que impactam o comportamento do consumidor e a forma de reinventar os negócios.
Administrar as tendências e os riscos da natureza
Ao administrar as tendências e riscos da natureza, as organizações podem entender melhor os fenômenos e variáveis associados, medir seus impactos, reduzir a incerteza, antecipar-se e criar valor.
Nas forças do meio ambiente estão imersos os fenômenos naturais e variáveis de origem geofísica (terremotos, deslizamentos, tsunamis), hidrometeorológica (inundações, chuvas torrenciais, granizos, furacões, tornados, secas) e cósmica (tormentas solares, queda de meteoritos), assim como a flora, a fauna e, logicamente, o homem.
É claro que as forças da natureza e o meio ambiente têm um papel fundamental nas tendências do consumidor e dos negócios, por isso estudar suas inter-relações torna-se essencial.
As tendências do consumidor giram em função do conhecimento do entorno e é aí onde a natureza converte-se em um fator-chave. Os consumidores estão mais informados e suas decisões de compra de produtos e serviços estão cada vez mais determinadas por argumentos relacionados com os valores das organizações quanto às tecnologias e aos processos adotados, consciência ambiental, ética, cumprimento das normas, talento humano, compromisso social e gestão de riscos, os quais se refletem nos impactos associados aos bens ou serviços que consomem.
Visualizar essas tendências do consumidor nas empresas, entendê-las e antecipar-se a elas mediante às mudanças necessárias na gestão dos negócios constitui um exercício fundamental para a sustentabilidade a longo prazo.
É por isso que a SURA desenvolveu mapas de tendências que permitem entender o entorno, as forças e os grandes movimentos em nível mundial, que têm incidência no comportamento dos consumidores e na forma de reinventar os negócios.
Avaliação de fenômenos e riscos da natureza
Com a Gestão de Tendências e Riscos da natureza busca-se evidenciar os fatores que têm maior influência na estratégia e nas operações de uma organização, permitindo assim priorizar aqueles em que confluem elementos que têm maior relevância para o negócio.
A análise das forças da natureza é abordada a partir de dois pontos: os fenômenos da natureza e a variabilidade e mudança climática, que estão diretamente relacionados entre si.
A análise é realizada mediante um processo de fases:
- estudo regional e priorização dos imóveis, instalações ou terrenos, evidenciando aqueles que têm maior exposição a fenômenos da natureza, variabilidade e mudança climática;
- quantificação de oportunidades e riscos em imóveis com maior prioridade, considerando as interações com a natureza e sua relevância para o negócio;
- análise custo-benefício como base para a tomada de decisões sobre medidas de adaptação, mitigação e transferência de riscos em que se estimem maiores impactos nos resultados do negócio, em termos de segurança das pessoas, talento humano, comunidades, lucros, utilidades, ativos, relações com fornecedores, perda de clientes, entre outros.
Inter-relações da natureza com as tendências e riscos dos negócios
Quando se avaliam as oportunidades e riscos da natureza de maneira isolada, obtém-se uma visão muito curta para alcançar sua gestão adequada. O enfoque da SURA para avaliar as inter-relações da natureza com as tendências e riscos dos negócios abre o espectro de tal maneira que torna visíveis novas oportunidades para alcançar uma maior eficiência nos processos, uso sustentável dos recursos naturais, adoção de tecnologias com menor impacto ambiental, identificação de pontos críticos nas redes de abastecimento, análise de novas formas de administrar os negócios, otimização dos investimentos e criação de valor aos clientes, à sociedade e ao meio ambiente.
A SURA procura gerar consciência tornando visíveis as tendências e os riscos aos quais as organizações estão expostas a partir de uma aproximação holística e interconectada com a natureza.
Fontes
- Elizabeth Cardona Rendón. Engenheira civil e especialista em Engenharia de Projetos Resistentes a Sismos da Universidade EAFIT.
- Gloria María Estrada Álvarez. Engenheira civil, especialista em Engenharia Ambiental, especialista e mestre em Engenharia de Projetos Resistentes a Sismos.
- Juana Francisca Llano Cadavid. Advogada, especialista em Direito Financeiro e de Negócios, Direito de Responsabilidade Civil e Seguros da Universidade Pontifícia Bolivariana, especialista de Resseguro da Universidade Pontifícia de Salamanca.