A SURA criou o modelo de Gestão de Tendências e Riscos (GTR) como um modo de administrar para a competitividade sustentável, colocando o cliente no centro da estratégia, promovendo a leitura do entorno e permitindo que ele possa antecipar ações e administrar incertezas.
* Este artigo foi publicado na Revista Geociências SURA | Edição 1 | Novembro de 2016.
Kodak, Blockbuster e Remington não saíram do mer- cado pelo contrabando, pela concorrência ou por um fenômeno natural. Foi a impossibilidade de prever uma tendência, de reagir e de adaptar-se que as levou a um ponto irreversível.
Em um cenário global não é suficiente estarmos cobertos contra incêndios, terremotos ou qualquer outro risco operacional ou de mercado. Atualmente, as organizações devem proteger-se de riscos e tendências que não são evidentes ou fáceis de prever, mas que em curto, médio ou longo prazo podem tornar-se estratégicos e ameaçar a competitividade e sustentabilidade das empresas.
A participação do mercado de seguros na América Latina é de 3,1% do Produto Interno Bruto, enquanto no mundo é de 6%, o que mostra que o negócio de seguros ainda tem espaço para crescer. Para conseguir isso é preciso oferecer valor agregado.
A Sura compreendeu isso e há dois anos vem trabalhando na exploração de alternativas que não se limitem em oferecer soluções de seguros, mas que gerenciem o risco em várias dimensões. Uma resposta à velocidade com a qual o mundo está se movendo e à necessidade de adaptar-se.
“Não queremos ser apenas uma empresa que oferece soluções, queremos ser parceiros estratégicos dos nossos clientes”.
Nicolás Bedoya, Gerente de Administração de Riscos da Sura-Colômbia
Como o risco pode se tornar uma oportunidade?
Em meados de 2014 nasce a Gestão de Tendências e Riscos da Sura – GTR, um modelo que vai além do que normalmente propõe a indústria de seguros e estabelece conexões entre as tendências e os riscos estratégicos de uma empresa.
Para Gonzalo Pérez, Presidente da Suramericana, a GTR é muito mais que um produto, ela representa um modelo de administração que agrega valor ao cliente, gerando consciência a partir da administração de incertezas.
Além disso, o modelo oferece informações sobre como o mundo está se movimentando, estabelece prioridades e conexões entre tendências e riscos, tornando-se uma ferramenta valiosa para a tomada de decisões focada na competitividade e na sustentabilidade organizacional.
“Se for compreendido adequadamente, o risco não representa só um problema para as organizações, mas também uma oportunidade”, afirma Juana Llano, Vice-presidente de Seguros Suramericana, para explicar como o modelo de GTR dá um novo significado ao negócio de seguros ao incorporar a possibilidade de gerenciar qualquer tipo de tendência e risco e colocar o cliente no centro da estratégia.
O que é o modelo de GTR?
No ambiente em que as empresas atuam existem duas opções: esperar que o mercado indique o caminho e talvez desaparecer ou parar, repensar o negócio e desenvolver oportunidades. O modelo de GTR sempre tem como objetivo a segunda opção.
O modelo é aplicado em equipe nas empresas e o mais relevante é que envolve os principais diretores, pois quando falamos sobre Gestão de Tendências e Riscos trata-se da estratégia para garantir não somente a competitividade, mas também a permanência no tempo.
O processo parte de uma série de oficinas nas quais se analisa o ambiente no qual se desenvolve uma empresa e, baseado em seus objetivos estratégicos, identificam-se as tendências e os riscos, dos quais também se revisam suas inter-relações.
Uma matriz de tendências e riscos é construída a partir da informação obtida. Trata-se de um mapa que mostra o grau de exposição e as grandes oportunidades para as organizações, de maneira que possa ser estabelecido como gerenciar essas tendências e riscos, se eles podem ser transferidos, retidos ou quais opções estratégicas podem ser desenvolvidas.
Nas análises de inter-relações de riscos da natureza com redes de abastecimento e sistemas de produção, por exemplo, foram realizadas quantificações em termos monetários, o que permite que os administradores identifiquem pontos fundamentais para realizar ajuste nos aspectos logísticos e de produção. Com essa informação, a empresa pode:
- Atenuar os efeitos de uma possível suspensão de operações nos resultados do negócio.
- Orientar esforços e investimentos para garantir a sustentabilidade e a competitividade.
- Identificar falhas ou ineficiências na rede de abastecimento.
- Transformar situações desfavoráveis em oportunidades de negócio e geração de resiliência.
Os resultados e os benefícios serão diferentes, dependendo do tipo de organização, do setor ao qual pertence e das inter-relações que serão analisadas. O importante é que esse modelo já está disponível e constitui uma ferramenta incalculável para que possamos nos antecipar a tudo o que pode afetar uma organização ou, até mesmo, para detectarmos oportunidades que garantam sua permanência e aprimorem seus resultados no mercado.
Fontes
- Gonzalo Alberto Pérez Rojas. Advogado da Universidade de Medellín, especialista em Seguros da Swiss Re em Zurique, CEO’s Management Program do Kellogg Graduate School of Management de Chicago.
- Juana Francisca Llano Cadavid. Advogada, especialista em Direito Financeiro e de Negócios, Direito de Responsabilidade Civil e Seguros da Universidade Pontifícia Bolivariana, especialista de Resseguro da Universidade Pontifícia de Salamanca.
- Nicolás Bedoya Zapata. Engenheiro mecânico da Universidade Eafit, Me. em Administração do Instituto Tecnológico de Monterrey.